quarta-feira, 21 de maio de 2008

Uma lei do Diabo (rs) !!!


Loucos lúcidos e sonhadores, é assim que podemos definir as pessoas que tem arte dentro de suas cabeças. Arte é o portal que permite que você veja além de uma parede (seria o raio x no superman?), acho que um dia algo parecido disse isso o filósofo Platão.
A grande questão é que no Brasil ou até mesmo em grande porcetagem no mundo, toda essa beleza de "criação do pensamento" nunca teve o devido investimento preciso para que um dia qualquer cidadão brasileiro, encarasse a escolha da profissão de músico da mesma forma que qualquer profissão burocrática. Não, assim como já é no sistema acadêmico onde alunos escolhem as profissões por questões financeiras ou de status, eu não gostaria. Mas onde rola muito dinheiro na maioria das vezes rola um circulo bem fechado de pobres pensamentos.
Quando disse aos 16 anos de idade ao meu pai, que eu queria fazer música, a reação de sua fisionomia jamais foi a mesma, que ele fez quando assistiu o vídeo do PINK FLOYD tocando em VENEZA. Sim, poderia ser eu ou qualquer pessoa a nova banda da sua vida, a trilha sonora do seu sexo ou o desabafo musical das suas idéias. Então, a falta de investimento na cultura no meu país, fez com que o meu pai olhasse para mim e dissesse com toda a razão:
- Filho música não da dinheiro, você não terá uma vida saudável, não terá conforto financeiro e muito menos um plano de saúde. E isso você vai passar até na hora da pequena chance de um dia a massa(as pessoas) gostar de você.
Frustrante, logo eu que pensei em agradar meu pai com qualquer canção que fosse do Pink Floyd, descobri que fazer aquilo, sim, aquela música que causava até lágrimas nos olhos dele, não me daria segurança financeira qualquer.
Eu que levo a expressão artística com muito valor, tenho ódio da visão de muitas pessoas quando analisam a profissão musical. Aposto que você ja escutou:
- Músico é tudo vagabundo, não leva a vida a sério, bebem todo dia e usam drogas.
A hipocrisia comove as vezes a minha ironia. Eu posso citar engenheiros que "destroem" um fardo de latinha de cerveja diariamente, médicos que fumam maconha, advogados que cheiram cocaína, donas de casa que tomam doses cavalares de soníferos ou até mesmo padres e pastores pedófilos (peguei pesado né? Responsabilize meu ódio por isso).
Onde mora o meu país, quer dizer, onde eu moro nele ? Sim, eu fico aqui perdido cheio de interrogações na minha tão sem atitude cabeça.
Mas não vou cair em revoltas e mandar todo o mundo para o inferno, lá não iria resolver nada, se bem que já foi dito várias vezes que o Diabo é o pai do rock, acho que talvez ele poderia ser um grande ministro da cultura.
A música veio da repressão, da periferia, dos cantos das tribos de instrumentos sem corda, dos atabaques e da apreciação que o homem tinha quando olhava pro céu percebendo que menor mesmo, são os seres humanos.
A música está quando você acorda, no seu carro, no som da rua, na vida rural ou na selvageria urbana. Percebeu ? A música é um produto mais comercial que a COCA COLA, tanto que a própria sempre utilizou da música pra vender mais (STUDIO COCA COLA, Babado Novo e Cpm22 "Unir as diferenças", além de trilhas sonoras de natal e jingles que muitas vezes viram hinos para vida toda).
Aí me pergunto:
- O mundo não valoriza a música ou o mal hábito que o músico tem de somente ver a arte como arte sem apego a sua venda como produto, que não ajudou a música ser valorizada ?
Alguns músicos ao passarem o olho neste texto podem pensar:
- Este um pensamento vendido, texto de uma pessoa que acha que arte é um produto industrial.
Então eu falo desta sua opinião. É a mesma crítica que muitas pessoas fizeram com o ROCKEIRO João Gordo, que ao sair em algumas propagandas foi taxado como o traidor do movimento pumk,vendido.
Reflita, quais são as sua necessidades com o mundo? Você reparou, que pra viver assim existe um valor financeiro alto (bem vindo ao mundo capitalista) ?
Outra questão é:
- A propaganda deu dinheiro pro João Gordo ou a música deu a chance para ele ganhar mais dinheiro com o mercado da propaganda?
Outra coisa que já ouvi muito, é a critica que fazem sobre as transformações musicais de uma banda.
- Porra somos seres humanos, mutáveis de ações e personalidades, não conhecemos quase nada sobre a mente humana e você quer que um músico toque somente o mesmo estilo do primeiro CD ?
Vai pra puta que o pariu rsrsrs, os músicos também tem sentimentos e experiências mutáveis e também querem trabalho. Da mesma forma que seu pai, empresário, que um dia já resolveu criar uma promoção pro estoque de camisa da coleção de inverno. Os músicos estocam, vendem ou criam estratégias para seu interesse financeiro.
O mercado da música deve partir pra isso, com fim das gravadoras e agora com a vinda de grandes produtoras(devem ser as antigas e ricas gravadoras rsrs) que resolveram investir nos artista com um alto dinheiro, o músico terá que fazer de sua arte um negócio, investir em si, produzir pra si, crescer como empresa, contratar funcionários e mais, descobrir seu público alvo, entregar cartões de visita (MySpace, orkut, mp3) e pesquisar as tendências (sem escravidão por favor).
Em tempo de eleição quero que todos reflitam e por favor, ajudem o Diabo a ser Ministro da Cultura.

Jouber Nabor Lacerda

3 comentários:

Janaína Samira disse...

Não liga pra essa gente careta que não sabe de nada!
A arte é uma manifestação da alma...e tem ideologia que não enche barriga de ninguém, já dizia um antigo professor meu!!!
Fique famoso!
Bjs

Fernando Tasca disse...

Gostei de suas palavras...
me fez pensar.
ai... já é uma coisa.
hehe

Unknown disse...

Bom o texto, aliás, a música como nossos pais, nos aguentam da banda Pedra leticia fala disso!
bem, pelo menos da primeira parte do seu texto...

E arte sempre foi mercadoria, Karl Marx já dizia: as forças produtoras são reflexos dos meios de produção que por conseguinte reflete na propria mercadoria, no caso a musica....oooou seja, tudo é mercadoria no mundo capitalista!
(ah, não virei socialista, só estou treinando prum seminario que vou apresentar!heuheue)