sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

EMPÍRICO ACADÊMICO EXPERIMENTAL


Ao cair no mercado consegui perceber com mais clareza que Sócrates, Platão, Monet, Leonardo da Vinci entre outros homens de muita importância para construção da civilização mundial, ainda estão vivendo entre nós.
Na cidade onde vivo, é pequeno o número de profissionais com diploma, sendo este um macro reflexo do Brasil, mas mesmo assim não deixamos a desejar. Sim, temos péssimos costumes sociais, como a corrupção, conformismo e desordem, mas seria natural que um país que já começou com o título de colônia de exploração, torna-se esta atual realidade (por isso investir na educação - ANO DE ELEIÇÃO). O ser humano é assim, descobre a mina de ouro extrai tudo que tem nela e depois constrói seu império a quilômetros de distância do ponto incial.
Após uma reunião de trabalho pela manhã fomos (eu, meu chefe e uma artista plástica) entregar um pré projeto para um cliente, durante a apresentação do trabalho todo assunto era pauta e link para uma defesa ou explicação daquilo que estava sendo apresentado, mas o que mais me surpreendeu foi o preconceito que a própria publicidade cujo fiz de minha profissão, me causou. Ao chegar na loja do cliente percebi visualmente que um grande negócio ali se apresentava, então fomos até o proprietário da loja. Com muita educação ele nos levou até um escritório para que apresentássemos o trabalho. O proprietário se vestia da mesma forma que seus vendedores, com um boné simples e com um vocabulário popular, até então isso não me surpreendeu, pois de uns tempos pra cá percebi que os grandes empresários, são as vezes mais simples que seus empregados. O que me surpreendeu foi o vasto conhecimento cultural que aquele homem tinha. Não, ele nunca fez uma universidade, o que na verdade ele fez, foi um simples e importantíssimo desenvolvimento de sua curiosidade. O proprietário me falou de mitologia grega, arquitetura, história da Europa e história do Brasil, tudo isso simplesmente porque discutíamos uma ação de propaganda que unia construção civil e arte.
A Universidade para minha geração é quisito básico para o crescimento profissional de qualquer um, mas eu não a vejo como um curso profissionalizante, até porque muitos se formam em áreas que não vão trabalhar. A universidade faz para as pessoas o que fez o proprietário desta loja, despertar curiosidade para que você amplie sua visão.
Dia desses eu lia um livro sobre roteiro e criação, escrito por um famoso roteirista da rede globo chamado DOC COMPARATO. Pergunte-me a formação acadêmica dele ?:
- Medicina
O importante não foi somente o curso de medicina e sim a construção do conhecimento, as vezes ele fez medicina porque aos 17 anos não tinha noção nenhuma do que poderia fazer e então a péssima mania de status da sociedade impôs à ele, fazer uma profissão que teria retorno financeiro, com isso ele aproveitou o conhecimento adquirido e depois foi viver de sua paixão.
É aí que mora a falta de investimento na educação. Educação é despertar desde cedo suas aptidões, é você reconhecer que seu filho desenha muito bem e com isso ele pode ser um ótimo pintor, mas sabe o que acontece ? Você não acredita que seu filho vá ganhar dinheiro com isso e acho que a mãe de PICASSO também não imaginava que ele fosse ficar milionário com seus quadros. Será que o primeiro presente do Chico Buarque foi um violão, um caderno e uma caneta ?
Eu conheci os melhores locutores da minha cidade quando trabalhei em uma rádio e eles tiveram que descobrir sozinhos que são bons em locução, sem que esta cidade proporcionasse um curso da área. O problema é tão maior, que quando os filhos deles nascerem, é provável que digam aos filhinhos:
- Meu filho você vai ser médico, engenheiro (reflexo USIMINAS) ou advogado (hoje tem advogado até embaixo da ponte).
Até mesmo os grandes empiristas que muitas vezes inventam técnicas, filosofias e conhecimentos chegam a duvidar do reconhecimento do próprio trabalho. Quem inventou a filosofia não foi a universidade e sim o pensamento e que isto sirva para as outras profissões.
Eu não estou aqui descartando nenhum momento o aprendizado acadêmico, na verdade quero valoriza-lo da mesma forma que o aprendizado empírico, até porque a faculdade só me fez bem.
Quando você se encontra no mercado percebe que existe uma guerra entre os formados pela universidade e os profissionais empíricos. O formado chega com todo gás e quer transformar o mercado, muita vezes fica com o nariz em pé autoafirmando sempre a existência de um diploma e o empírico fica revoltado com o "manézinho(a)" que acaba de chegar no mercado querendo mostrar que sabe mais que os 15 anos ou mais de experiência dele.
Faço então um convite a reflexão, a união entre a duas situações valerá muito mais ao aprendizado profissional, mas isto não é fácil porque por trás disso existe o ego. Um mal que não permite com que o homem aprenda mais, ele acha que somente o livros tem razão, que só os autores célebres são grandiosos e que mais nada pode ser inventado. Já reparou que os homens conhecidos como intelectuais são péssimos vizinhos sociais ? Eles se excluem e ao invés de contribuírem para o crescimento da nação, passam apenas a criticar, se fosse ao menos uma crítica construtiva tudo seria melhor, só que na maioria das vezes são insultos. Isso prova que a palavra ignorância não é sinônimo de burrice e sim de falta de força de vontade para compreender aquilo que muitas vezes não é o que você pensa ou acredita.
Meus amigos, esta é a importância da história de vinda de cada um, procurar entender as razões de cada ação, claro, eu sou ser humano e ainda tenho também minhas ignorâncias, mas muitas vezes sou obrigado perceber que meu umbigo jamais será o centro do meu universo, quer dizer, do nosso universo.
Abraço


Jouber Nabor Lacerda

Um comentário:

Anônimo disse...

ô jouber lacerda!
to com um convite pra te fazer..

mas voce NAO ENTRA NA INTERNET!
e NINGUEM tem seu celular telefone ou coisa parecida.

que saco.
¬¬
e dessa vez..nao li o texto.
=/