quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Irmã


Sáiba
Eu tenho um jeito diferente de sentir saudade
Eu não ligo, eu não digo e nem faço alarde
Eu lembro de você sempre que lembro da saudade
Mas é esse péssimo jeito de sentir saudade

Eu tenho notícias da sua vida
E algumas lembranças esquecidas
E ainda rezo pro papai do céu
Aquele que nossos páis disseram que existe
E quando faço isso
Oro por você

Eu sei que se senti só
Eu sei quando fica triste
Mas eu finjo ser forte
E aproveito desta sorte
De achar que tenho porte

Tantos amigos
Tantos moinhos
Eu também sofro no caminho
Quando eu quero chorar
Derramo lágrimas sozinho
No meu canto
E pra que esse espanto ?
Eu sou fruto do mesmo útero

O caderno é meu confessionário
E minha música me condena
A minha mente é minha Igreja
O meu quarto é meu refúgio
E você
Sempre soube disso tudo
Foi a primeira a perguntar
Você pretende ser músico ?
E eu respondi que sim
Mas não precisa me aplaudir
Basta você sorrir

Eu não falo minhas tristezas
Eu não conto os meus segredos
Eu deixo que meus fantasmas
Me expliquem os meus medos

E com este falso desapego
Eu me pego sempre pensando
Entre-linhas reclamando ou falando de alegria
E mesmo sem ler meus textos
Você sabe decifrar
Porque não precisou do meu amor
Para aprender a me amar

E quando você liga
Parece ser uma pergunta
Porque que você se esconde ?
Onde ? onde ?
Nem eu sei te responder
Então eu mudo de assunto
E pergunto sobre você
Você fala de família
E chora de saudade
E deve até pensar
Que pra mim é tudo fácil
Que meu jeito me ajuda
E que a frieza me socorre

Minha amiga
Por trás de todas estas mal feitas poesias
Com delitos de ortografia
Mora um coração
Não
Uma alma
Sincera até demais
Em conflito com demônios
Com mais uma vida
E mais um pseudônimo

Perdão
Mas eu sou assim
"Eclético, largado e um coração sem fim"


Jouber Nabor Lacerda

2 comentários:

Ana Paula disse...

bom, simplesmente amei!!! Sem comentários porque voce sabe que eu amei mesmo! Bjos, te amo!

Janaína Samira disse...

Pô Jobão! Tô sensível hoje...vou chorar...