Lunus eklipsis

Ali estava ela, a mais sedutora ladra de luzes e olhares, o símbolo dos amantes. E como de costume, indo para academia passei os olhos e a admirei rapidamente. Então por volta das 22 horas um amigo me avisa sobre um eclipse lunar, fui logo me banhar para presenciar com a alma limpa aquele precioso evento.
Pensei:
- Lua ? Esta palavra combina com rua e não será dentro de casa que eu vou ficar, mas antes disso uma missão, ser publicitário da lua. Liguei para alguns amigos e anúnciei aquela marca, queria que os casais se amassem, que os amigos pensassem, que as pessoas olhassem juntos e com aquele positivo sentimento fizessem da lua um canalizador de bons sonhos.
Logo peguei o carro e subi para um bairro mais alto, onde mais 3 amigos já tinham em mãos um binóculo. Ficamos ali, na rua, conversando ao som de Manu Chao, Marky Marky e Bob Marley. Falamos de países, de viagens, mulheres, família, indústrias e conspirações terrestres e muitas vezes parávamos no silêncio somente para olhar pra ela, a lua.
Naquele momento senti inveja daqueles que estavam à beira mar, sentados na areia, amando ou tocando um violão, sem muito barulho, sem muito entulho, cheirando a maresia e o silêncio. Mas tinhamos também fortes elementos, o eclipse lunar, a rua, a música, a amizade, a conversa e um Chateau Duvalier roubado de um dos pais dos 4 membros que ali estavam.
Um momento tão simples, para todos e admirado por poucos, sem necessidade de pagar 100 reais só de entrada. O gratuito mais exclusivo que as festinhas PVT ou VIP da minha cidade, o camarote "OPEN AR" e caso você tenha perdido essa "balada" que não sai na coluna social ou em sites de festas, fique tranquilo, já que o próximo acontece em Agosto, mas apenas para os lados do Oceano Pacífico.

Jouber Nabor Lacerda



OBS: Eu ainda terei um sítio ou uma casa deserta na praia !!!!!!