quarta-feira, 9 de julho de 2008
A VIDA E A MORTE
A morte, nessa hora eu queria ser um oriental e perceber tudo isso como uma real e simples passagem, mas como é mesmo o nome daquele sentimento que parece doer tanto e ao mesmo tempo faz bem ?
Ah sim, a saudade, aquela lembrança de imagens e momentos que nos ranca sorrisos e lágrimas. Cheiros nos recordam algo, falas, expressões, gritos, gestos. Concluindo, a dor da morte se chama saudade, ou melhor, este sentimento é a abstinência de um determinado momento.
E foi assim que me senti hoje, ao ver o meu primo mais forte carregar em seus braços o caixão de seu pai, uma caminhada de poucos minutos que faz a mente transitar por pensamentos inseguros e reflexivos. A gente percebe então que a vida é sim os filmes que passam no cinema, só que a vida real poucos param pra assistir e quando vem a morte, entre o tempo de um velório e o enterro nós acabamos construindo explicações e justificativas pelos fatos, então choramos como em um filme de amor. A morte nos mostra que viver é amar, é sentir saudade, é pensar, abraçar e dizer muitas palavras boas na vida. Quando vem a morte nós esquecemos dos desentendimentos, que quando analisados com mais cautela, temos a percepção de tão pequeno é uma briga.
Quando você se sente perto de uma morte, você reflete até nas aulas de catecismo que teve quando criança e analisa com todo conhecimento de alguns textos da antropologia, filosofia ou seja lá qual "ia" vc queira encaixar.
É preciso porte, porque na hora da morte é dificil entender que aquilo é um ato de sorte, pra quem acaba de descorir o novo, de entender a vida e estender a alma. É preciso calma, porque as lágrimas que molham o solo precisam fertilizar controle, senso e direção.
Alguns cobram de você um padrão de comportamentos, tem gente que acha que na hora da morte não se pode sorrir, outras não permitem nem que você toque um violão, pois mal sabem eles, que a canção é a recepção das almas e que o sorriso é o mais caloroso bem vindo. Não importa a sua reação, na hora da morte, seja livre, assassine seu sentimentos ruins, pode pedir desculpas, cante no timbre dos pásaros, liberte lágrimas de desabafo e prepare o seu coração, porque a partir da primeira morte da sua vida, outras mortes virão até que chegue a sua hora.
Jouber Nabor Lacerda
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